Cris Trentin | Única mulher na motovelocidade brasileira

Motocicletas que alcançam até 250 km/h, sensação térmica de 40ºC dentro do macacão e muito esforço na pista. Aparentemente, a motovelocidade parece um mundo distante do universo feminino. Mas só parece. Com a mesma disposição e garra dos homens, a mulher começa a invadir as pistas e deixar muito marmanjo comendo poeira. Neste ano, uma piloto participa, pela primeira vez, do maior campeonato de motovelocidade do país, o SuperBike Series Brasil (SBK Series).

Cristiane Aparecida Trentin, 32, está realizando um sonho. Segundo ela, desde que conheceu seu marido há alguns anos, começou a andar de moto e se apaixonou completamente. No início, só andava nas ruas. Depois, foi convidada por um amigo, o Rodrigo Rock, que já corre profissionalmente, para disputar o campeonato. Hoje, comemora a decisão e diz que se sente realizada por isso.

A piloto da categoria SBK Pro AM Light, que mora em Araraquara, a 288 km de São Paulo, além de competir em um mundo masculino, tem que superar outros grandes obstáculos para participar do SBK Series. O maior deles, segundo ela, é o apoio financeiro. Ela busca patrocínio para terminar o campeonato. Essa é uma dificuldade geral da motovelocidade no Brasil, sobretudo para quem reside no interior.

Além da falta de investimento, a pioneira não tem local apropriado para os treinamentos. A situação chega a ser cômica. Ela treina em um cartódromo que tem um traçado específico, e correr lá é complicadíssimo. O que ela consegue com isso é apenas o condicionamento físico aceitável para um atleta.

Mesmo sendo seu primeiro ano nas pistas, Cris já se destaca entre os homens. Dos 18 pilotos da categoria SBK Pro AM Light, a única mulher de todo o campeonato está na oitava colocação, com 33 pontos. A expectativa dela é de melhorar ainda mais o rendimento ao longo da temporada.

A atleta, que foi premiada na última etapa (1º de maio) por ser a única mulher na motovelocidade brasileira.

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