Aletp - Alessandro Temperini

Traxx Joto

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Marca da gigante chinesa Jialing , que por sua vez pertence à China South Group — hoje a maior fabricante mundial de motocicletas —, a Traxx aposta todas suas fichas na Joto como representante da marca no principal segmento de motocicletas no Brasil, as utilitárias entre 125 e 150 cm³. Produto top da empresa, o modelo apresenta soluções de design e caracteristícas técnicas até então inéditas no segmento.

Diferentemente do que estamos acostumados a ver, no caso da Joto a funcionalidade e a eficiência dos equipamentos não ficaram em segundo plano. Sempre é bom lembrar que o visual é algo subjetivo, mas não podemos negar que o design deste modelo (principalmente a dianteira) chama a atenção em meio ao mar de motos que dominam as grandes cidades.

O conjunto formado pelo pára-lama, farol e a pequena carenagem, que incorpora uma bolha fumê, resulta bastante harmonioso e, de certa forma, contrasta com as laterais e a traseira, que seguem um estilo mais tradicional e conservador. O painel de fundo branco e visual moderno possui todas as informações necessárias e proporciona uma ótima visualização, mesmo à noite.

Depois de ficarem expostos a algumas horas de chuva, tanto o velocímetro quanto o conta-giros ficaram embaçados, mas tudo voltou ao normal assim qua a água parou de cair. A utilização de semiguidões — fixados a uma mesa com acabamento muito bom — trouxe um charme a mais sem prejudicar a posição de pilotagem, ainda que seja um pouco menos confortável que a CG e a YBR, as referências da categoria. O garupa também não passa apuros, já que o banco é confortável (aliás, para o piloto também), e tanto as pedaleiras quanto a alça de apoio estão bem posicionadas.

Rodando com a moto, logo se nota que o motor de exatos 133 cm³ responde rápido e impõe uma agilidade surpreendente, o que ficou comprovado nas medições de pista. Em aceleração, a Joto obteve números quase iguais aos de Titan e Fan e superou ambas por larga margem em retomadas, equivalendo-se à nova Factor ED. Um dos responsáveis por esse bom desempenho são as relações de marcha perfeitamente acertadas, isto é, o câmbio não é curto demais, “estrangulando” o motor, e nem longo em excesso. Pena que os engates em si sejam um pouco duros e, às vezes, imprecisos.

Encontrar o pontomorto com o motor quente não é fácil. A relação motor/câmbio bem dimensionada se manifesta também no consumo; os 35,74 km/l alcançados na cidade permitem uma autonomia teórica de 500 km com o tanque de 14 litro. O único porém do motor Jialing é a incômoda vibração que se manifesta assim que superamos a barreira das 6 000 rpm. Nesse aspecto, ele está longe da suavidade de Honda e Yamaha e perde um pouco para as Suzuki Yes/Intruder e Sundown Max/Hunter.

Um dos maiores diferenciais deste modelo Traxx é a suspensão traseira monoamortecida que, em conjunto com as bengalas dianteiras Showa, proporcionam à Joto um compromisso conforto/estabilidade exemplar. Todos os que a pilotaram elogiaram o acerto do sistema, tanto pilotos quanto garupas. Entretanto, a infeliz escolha de pneus penaliza todo o conjunto.

Os chineses Cheng-Shin são péssimos (o traseiro é visivelmente “quadrado”) e acabam comprometendo a boa ciclística da moto. Se a Traxx equipasse o modelo com pneus nacionais de qualidade, os benefícios seriam enormes. Sorte que os freios também são bastante eficientes e se impuseram frente à ineficácia dos pneus.

A Traxx Joto é a melhor prova de que não há como negar a origem chinesa quando se tem qualidade. A pequena utilitária provou que já é um projeto válido e competente, mas que, com pequenas mudanças, pode ficar ainda melhor.

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4 comentários

  • Comprei uma Joto e estou muito satisfeito acho o desing dela muito linda , e tambem muito boa de andar é uma moto completa e o monoshock dela é um atrativo aparti parabens traxx

  • Bom, pra começar vejo com bons olhos a iniciativa de empresários que trazem pro mercado consumidor brasileiro, opções pra confrontar as cansadas, H,Y, S, q estão ha anos no mercado com o mesmo tipo de motos, pergunto qual o problema de as pessoas de menor poder aquisitivo andarem em motos bonitas?
    Comprei uma revista catalogo de motos e fiquei surpreso que fora do Lisarb, existem motos que no brasil so existe pra ricos, por exemplo, aki honda shadow só de 750cc, fora daki, tem honda shadow de 125cc com dois cilindros em V, tem Varadero 125cc, aki só 1000cc, tem a cbr125r q lembra em muito a cbr fireblade, tipo assim, motos bonitas so pra quem tem bolso, quem não tem tanto assim, tem q andar de cg, twister, fazer, e olha lá

  • “Hoyasu”, ou “Suyaho”, ou “Yahasu” – tanto faz.

    Uma repetiu o que a Volkswagen fez neste país por anos: Fusca e mais Fusca, até que virasse um mito, aliás, como o sucessor Gol. Por quê? Eles não tinham outros carros para fazerem por aqui? Pois a marca alemã insistiu anos e anos com aquele motor refrigerado a ar, até que comprasse uma concorrente e passasse, enfim, aos motores refrigerados a água: foi o que salvou a pátria e a marca decolou.

    Calma! Não quero melindrar ninguém nem desmerecer a qualidade destes produtos, mas criou-se, sim, na cabeça dos consumidores, imagens de produtos “únicos e infalíveis” – até que surgissem outros similares tão bons e mais baratos. Até o sabão em pó pode ser substituído por outro que caiba melhor no bolso, pois nem todos temos condições de pagar um extra pela marca estampada no produto, quando há no mercado o que escolher.

    Ora, quem não sabe que, após 30 ou mais anos fabricando CG aqui e por aí, esta moto não atingiria a qualidade que tem e, por conseguinte, a confiança? E daí?

    A outra fabricava motos com motores dois tempos e assim a marca ficou associada a este tipo de motor. Problema dela, pois perdeu anos e anos, deixando todo o mercado nas mãos de sua irmã nipônica concorrente. Quem perdeu? Perderam o fabricante e o consumidor.

    Todavia, surgiu a YBR, excelente produto, econômica e duradoura, tentando encontrar seu lugar ao restinho do sol que as asas poderosas da outra faziam sombra… A YBR fez a volta ao mundo – li muito sobre esta aventura e vi fotos maravilhosas. Mesmo assim, ainda há quem acredite piamente serem equipadas com motor 2T as motos da Yamaha… Culpa de quem? Não deixaria apenas o fabricante carregá-la sozinho, porque o consumidor que não exisge também é culpado.

    Finalmente, chegou a Yes. Tudo bem. Mais uma 125. Tudo bem! É bonita, é completa, é atraente.O Burgman 125 foi uma boa, num mercado onde motocicletas dominam, não scooters. (Quem mandou arredar o pé?). Contudo, a marca tem lá fora excelentes produtos alternativos, incluindo nova geração de Burgamn 125 que nada tem a ver com o nosso… – como Honda e Yamaha – que sequer são cogitados de fabricação no Brasil, de modo que vejo como desrespeito a este imenso mercado consumidor – e promissor – a oferta de dinossauros.

    Na Europa há motocicletas de 50cc que tem mais tecnologia que uma CG 150 nossa! Os asiáticos, então, fazem de tudo. E fazem cada vez melhor, porque precisam conquistar o consumidor europeu, exigente e informado, dividindo fatias de mercado preciosas com os fabricantes europeus.

    Agora, convenhamos. A Índia, a Coreia e a China possuem marcas próprias de motocicletas e automóveis. E o Brasil? Ora, se não temos tecnologia para isto porque a Educação nunca foi prioritária em governo algum, paciência: vamos comprar os produtos similares montados ou fabricados aqui de fina origem chinesa, muito mais baratos e, se ainda alguns não possuem a qualidade que gostaríamos, outros nada deixam a desejar às grandes nipônicas, ainda encontraremos modelos inexistentes no mercado, tais como algumas “custom” de 250cc.

    Além disto, há o bolso do consumidor brasileiro, bem pequeno, como o meu, por isto estou completamente despreocupado com o que dirão, quando me virem montado – ou sentado, pois prefiro CUB e “scooter” – numa motocicleta de origem da Velha China, completinha e por um preço justo.

    Bom: a verdade está aí. o nosso mercado é muito amplo, principalmente para motocicletas de cilindrada até 150. Nesta faixa, existem consumidores que não rasgam dinheiro à toa, portanto eles têm o direito de possuir um meio de locomoção bom, barato e econômico como qualquer outro cidadão deste país.

    A invasão chinesa é irreversível. Será o próprio mercado que dirá qual marca é melhor do que a outra, e logo muitos perceberão que se pode ter um bom transporte por um valor justo. Democracia é isto. Antes de tudo, respeito às ideias ou opiniões dos demais.

  • ja estive com italianas,inglesas.japonesas e agora casado com uma chinesa (traxx joto) sem direito a separação ou disquite…até agora somos felises…vamos ver até quando…