Neste exato momento há 845 mulheres grávidas, em 29 países, torcendo para que seus bebês nasçam no dia 15 de setembro. Não se trata de uma data histórica das mais relevantes, nem é um desejo alimentado por superstições astrológicas. O que as futuras mães – entre elas nove brasileiras – querem é ganhar um carro em uma promoção da Fiat. [falei sobre essa promoção aqui no blog em 21/dez/2006. Clique aqui para ler.].
A montadora italiana vai sortear um automóvel entre as inscritas na promoção “Baby Boom” cujos filhos venham ao mundo no mesmo dia do “nascimento” do Fiat 500, modelo que será lançado em setembro. No Brasil, um dos campeões mundiais de cesarianas, a estratégia de marketing vem despertando a indignação de ONGs que combatem a cultura do chamado “parto agendado”.
Segundo uma delas, a Parto do Princípio (ONG que tem como principal bandeira a valorização do parto natural), a promoção é um estímulo fútil à realização de cesarianas, um reforço a um modismo nefasto e um crime. Estatisticamente falando, a maioria dos partos agendados são realizados comodismo da mãe ou do médico. Um dos fatores que algumas organizações defendem é que nesse tipo de parto (cirúrgico) a mãe têm duplicadas as probabilidades de morrer.
A promoção da Fiat, em andamento e recebendo novas inscrições até o dia 14 de setembro, vem recebendo cerca de 15 adesões por dia. O regulamento prevê o uso da imagem da mãe e do bebê contemplados com o prêmio em ações de “marketing de guerrilha”. Uma das imagens no site do Fiat 500 mostra uma ecografia em que o carro aparece no lugar do feto.
Eu li sobre isso no Terra Magazine. Na matéria, o Terra afirmava que havia procurado a Fiat do Brasil para informar sobre a polêmica em torno da promoção. A assessoria de imprensa informou que só a Fiat da Itália poderia se manifestar sobre o assunto e se dispôs a levar o caso até a matriz. Não houve resposta desde então.
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