As pretensões publicitárias das empresas patrocinadoras da Copa do Mundo de 2014, que acontece aqui no Brasil, e o projeto Cidade Limpa, que combate a poluição visual em São Paulo, parecem antecipar uma guerra anunciada. A Prefeitura da cidade já informou que vai manter a Lei durante o evento e que não há espaço para ceder na questão.
Na última Copa, em 2006 na Alemanha, as cidades foram enfeitadas com pôsteres gigantes de jogadores, que encobriam edifícios inteiros e até rodovias, mas, com a lei paulista contra a poluição visual, a maior e mais rica cidade do país pode bloquear as pretensões das empresas em lucrar com cartazes dos atletas espalhados pelas ruas.
Segundo a diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), Regina Monteiro, a Emurb está montando uma comissão para tratar especificamente da questão publicitária durante a Copa do Mundo, mas, segundo ela, isso não quer dizer que haverá uma liberalização desordenada para as empresas anunciarem.
Segundo a diretora, nem mesmo a sucessão na prefeitura, que terá eleições em 2012, dará a “mínima chance para mudar essas regras”.
Porém, para empresas que investem muito dinheiro em marketing, o que o Cidade Limpa proporciona é insuficiente. A Adidas, patrocinadora oficial da Fifa, realiza atualmente sua publicidade em São Paulo com placas de menos de um metro quadrado em jardins e canteiros mantidos pela empresa, obviamente muito pouco para as pretensões de qualquer conglomerado de grande porte durante uma Copa do Mundo.
O gerente de comunicação da Adidas, Paulo Ziliotto, afirmou que, em eventos como o Mundial, deve haver espaço para uma flexibilização, adequando as cidades à grandiosidade da competição.
Caso a prefeitura permita que grandes peças publicitárias sejam expostas durante o Mundial de 2014, pode abrir o precedente para outros eventos, mesmo de menor porte, pleitearem tal liberdade.
A Nike é outra grande empresa interessada no direito de usar a cidade para expor sua marca durante a Copa do Mundo. Patrocinadora oficial da seleção brasileira, a companhia há tempos já planeja projetos visando o Mundial do Brasil.
Uma fonte da empresa, que não quis se identificar, afirmou que a Nike procurará os mesmos direitos da Adidas para explorar os espaços públicos, sendo esses direitos amplos ou restritos.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Fifa informou que “não há um parágrafo” no acordo entre a entidade e as cidades que imponha cotas de publicidade ou impeça a exploração do espaço público.
Via R7
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