Aletp - Alessandro Temperini

Internet chega a 97% dos meninos de rua de Buenos Aires

Um levantamento realizado pelo governo da cidade de [BP]Buenos Aires[/BP] revelou que 97% dos meninos que vivem nas ruas já usaram internet alguma vez na vida. Deste total, 30% navegam duas ou três vezes por semana e 55% passam mais de uma hora conectados à rede.

A mesma pesquisa apontou que 30% do total destes usuários gastam entre seis e 20 pesos por semana (entre R$ 4 e R$ 14) para pagar o acesso à internet nos cybercafés. A maioria deles (65%) prefere trocar mensagens com os amigos, já que quase a metade tem e-mail. A pesquisa ainda revelou que 20% já possuem um fotolog.

Os resultados são possíveis porque em Buenos Aires – e no resto da Argentina também – existe praticamente um “locutório” (como os argentinos chamam os cybercafés) em cada esquina. Os preços pela hora na internet variam, mas são considerados acessíveis para a maioria da população e podem custar entre 50 centavos e um peso.

Para facilitar o acesso dos meninos carentes à informática, o governo da cidade de Buenos Aires criou dois “locutórios” gratuitos e exclusivos para essas crianças. Eles passam até três horas nos dois locais, divertindo-se com jogos virtuais de futebol e basquete, entre outros.

Pesquisa realizada há dois anos pela Universidade Três de Fevereiro apontou que os meninos de rua gastam metade do que ganham limpando vidros nos sinais de trânsito, por exemplo, para pagar o uso da internet.

Paralelamente à criação dos “locutórios” gratuitos, ONGs também se dedicam à causa. É o caso da Fundação Criar Vale a Pena (CVLP, sigla em espanhol), que ensina meninos e meninas de bairros carentes a criar vídeos sobre suas próprias vidas, no [BP]computador[/BP]. O objetivo, segundo os diretores da ONG, é a inclusão digital. Atualmente, quase metade da população argentina (16 milhões) tem acesso a uma conexão de rede. Deste total, 34,3% usam os “locutórios”, modalidade que se espalhou pelo país depois da histórica crise econômica de 2001, quando muitos queriam diminuir os gastos domésticos ou aproveitar para mandar [BP]currículos[/BP] pela [BP]internet[/BP].

Do total de usuários argentinos, 64,2% têm computador em casa, 19,4% entram na internet no trabalho e os outros 4,2% o fazem de universidades e outras instituições.

Acho que já ouvi falar alguma vez de inclusão digital aqui no Brasil, vocês também? Aconselho a enviar os responsáveis pelo programa aqui no Brasil, para a terra de nossos hermanos, quem sabe eles não aprendem algo por lá. Aqui no Brasil, inclusão digital (para o governo) significa fazer a população se endividar para comprar um computador.

Fonte: BBC

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