Aletp - Alessandro Temperini

“Chocorango” ou “Morangolate” | Japoneses criam a fusão de morango com chocolate

Chocorango ou Morangolate?

Uma curiosa mistura de morango com chocolate foi criada pela engenhosidade técnica de uma empresa japonesa. A fruta guarda por fora sua aparência natural, mas quando partida na boca libera o chocolate branco em seu interior e oferece uma surpreendente sensação ao paladar.

Um dos compostos que a incipiente tecnologia de infusão possibilita produzir são suplementos vitamínicos infundidos em alimentos para torná-los facilmente digeríveis pelas pessoas. No processo de produção, primeiro faz-se a secagem por congelamento (liofilização) do morango, ou outra fruta, para desidratá-lo. Em seguida, chocolate branco é colocado no espaço deixado pela ausência de água. Nasce assim o “Morangolate” ou “Chocorango”.

Chamada de infusão em alimentos, a tecnologia foi patenteada pela indústria FCOM, de Tóquio, que no ano passado lançou, em quantidade limitada, uma linha de produtos em diferentes embalagens, contendo morangos, grãos de milho, kiwis ou cassis infundidos com chocolate branco.

Uma das vantagens desta técnica, segundo a empresa, é a preservação da qualidade natural do alimento, algo essencial na indústria alimentícia e nem sempre possível com o uso de métodos tradicionais. A tecnologia de infusão tem sua origem fora do setor alimentício. A indústria japonesa Placeran, precursora da FCOM no uso da tecnologia, aplica o método a vários campos industriais.

Um exemplo de uso são rolamentos do chassi de vagões de trens-bala no Japão. Eles parecem ser feitos de metal maciço, mas na verdade o metal tem buracos no interior que foram preenchidos com uma substância isolante. O motivo é a alta velocidade de rotação dos rolamentos, que pode gerar eletricidade estática e interferir nos vários sistemas de controle dos trens. Por meio da infusão de substâncias com alta capacidade de isolamento nos buracos abertos previamente no metal dos rolamentos previne-se a formação de eletricidade estática.

A aplicação do mesmo conceito na indústria alimentícia partiu de uma sugestão de produzir atum gordo, um corte de peixe muito apreciado no sushi japonês, por meio da infusão de gordura de atum na carne comum do pescado. A indústria Placeran teve êxito na experiência, mas reorientou a pesquisa para a produção de algo que fosse realmente inovador, o que levou à fundação da empresa FCOM, em 2003.

A nova empresa embebeu então vinho tinto em maçãs e exibiu o composto na Exposição de Alimentos Fabex de 2004, em Tóquio, onde o novo produto chamou a atenção por sua originalidade. Muitas pessoas se disseram surpresas porque o vinho ficava completamente impregnado nas maçãs e, ainda assim, a textura da fruta permanecia inalterada.

Mais tarde a empresa infundiu cassis com uma mistura de chocolate e a substância vitamínica Coenzima Q10, criando um modo de facilitar a ingestão de suplementos vitamínicos por quem necessita deles.

Mesmo que a originalidade da tecnologia de infusão em compostos alimentares tenha atraído o interesse da indústria alimentícia e da mídia, a empresa parece enfrentar problemas para promover seus produtos.

A indústria FCOM informou que, depois do lançamento limitado do ano passado, o produto passou a ser vendido somente em grandes lotes por atacado para, entre outros revendedores, a cadeia de lojas de conveniência Lawson, uma das maiores do Japão.

Fonte: BBC

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