por Gisele Centenaro – Portal da Propaganda
Para avaliar a imagem da propaganda brasileira, medindo sua importância, seus pontos de maior atração e/ou rejeição, bem como o grau de influência que ela exerce na população, a Associação Brasileira de Propaganda solicita ao Ibope, de dois em dois anos, a realização de uma pesquisa intitulada “A imagem da propaganda no Brasil”, que também investiga a percepção sobre a responsabilidade social da atividade, abordando, conforme divulgado pela entidade e o instituto, a importância atribuída às campanhas de utilidade pública e os temas que devem ser tratadaos com prioridade; a receptividade às campanhas de governos; o conhecimento dos órgãos reguladores e das advertências inseridas em alguns tipos de mensagens publicitárias. Segundo os dados levantados em 2006, 19% dos entrevistados avaliam como ruim/péssimas “as propagandas” no País; 34%, regulares; e 43% as consideram ótimas ou boas.
Assim como em 2004, a ABP (www.abp.com.br) e o Ibope (www.ibope.com.br) não repetiram, nesta edição, a etapa qualitativa que acompanhou o estudo em 2002, primeiro ano de sua realização, ou seja, o método empregado restringiu-se ao trabalho quantitativo, com coletas pessoais e individuais durante o mês de agosto de 2006, englobando a população brasileira de 16 anos ou mais anos, de ambos os sexos, das classes AB, C e DE, residentes nas regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul. No total, 2.2002 entrevistas em 142 municípios dão corpo à pesquisa, com 2 pontos percentuais apenas de margem de erro, como amostra representativa da população em foco, estratificada com alocação proporcional aos moradores de cada estado brasileiro.
O índice de entrevistados que avaliam como boas/ótimas as mensagens publicitárias brasileiras subiu de 34% em 2005 para 43% este ano, mas ainda está abaixo do registrado em 2004: 44%.
Por seu turno, os elogios à propaganda incluem diversos aspectos: qualidade da informação (85%), qualidade da imagem (85%), beleza das imagens (83%), inteligência (83%), humor (80%), qualidade do texto (79%), efeitos especiais (79%), qualidade da música (77%) e originalidade (76%).
Na comparação com as investigações anteriores, os brasileiros declaram que a propaganda adquiriu mais pintadas de inteligência (80% em 2002, 79% em 2004 e 83% em 2006). Também apontam que a propaganda está mais ética/transparente (68% em 2002, 64% em 2004 e 70% em 2006).
Quanto à capacidade da propaganda influenciar o comportamento das pessoas, 53% dos ouvidos afirmam que ela influencia muito; 36%, mais ou menos; e 7% (contra 12% de 2005) acreditam que ela não exerce influência alguma sobre a população.
A mídia exterior está bem cotada junto ao público, visto que 57% dos entrevistados declararam que costumam prestar atenção às mensagens expostas em outdoors, placas e cartazes nas ruas.
Outro ponto positivo: cresceu o número de cidadãos que não vêem conteúdo discriminatório na publicidade brasileira (de 34% em 2005 para 39% em 2006). Entretanto, 17% da amostra alegam que a propaganda em solo nacional discrimina mais os pobres e 18%, os negros.
Na opinião de 80% dos entrevistados, as campanhas de utilidade pública são muito importantes para a população, sendo que apenas 16% entre eles as avaliam como pouco importantes e irrisórios 2%, como nada importantes. Nesse gênero de publicidade, os temais fundamentais, segundo a maioria, são: combate às drogas na escola (44%), estímulo à educação (44%), combate ao consumo de drogas (37%), combate ao analfabetismo (37%), combate à prostituição (36%), estímulo ao respeito ao idoso (31%), combate ao trabalho infantil (24%), doação de sangue (23%), estímulo ao respeito ao deficiente fíciso (22%), comportamento sexual e prevenção à AIDS (19%), combate ao alcoolismo (19%), educação no trânsito (18%), combate ao trabalho escravo (14%), estímulo ao respeito às pessoas excepcionais (10%), combate ao tabagismo (10%), estímulo ao transporte solidário (8%) e estímulo à conservação do patrimônio histórico (8%).
“A grande maioria da população continua afirmando que os governantes deveriam fazer propaganda de prestação de contas ao longo de todo o mandato, evitando que as mesmas se concentrem somente no último ano”, conclui a pesquisa, com base nos seguintes índices: 86% dizem que os governantes deveriam fazer propagandas de prestação de contas durante todo o mandato; 7%, somente no último ano; nunca, 2%; e não sabem, 5%.
Ao medir o grau de conhecimento da população sobre as restrições à propaganda de determinados produtos, 69% da amostra responderam que desconhecem o assunto ou afirmaram que nenhum produto sofre restrições de veiculação, enquanto 21% lembraram espontaneamente do cigarro.
“Existe um órgão que controla se as propagandas mostradas são enganosas ou anti-éticas no Brasil? Qual o nome?”. 90% dos entrevistados (contra 92% em 2005 e o mesmo índice, 90%, em 2004) não souberam responder às perguntas citadas, porém, 2% prontamente responderam Conar e 8%, outros nomes.
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