Aletp - Alessandro Temperini

Kawasaki Vulcan 900 | Teste e fotos

Entre o vasto portfólio de motos custom da Kawasaki, a filial brasileira optou por trazer as três variantes da linha de 900cc: a VN 900 Classic, a Classic LT e a versão Custom. Como o nome denuncia a Classic aposta no estilo mais clássico, cheio de cromados. O modelo Classic LT ganha malas laterais e uma bolha aerodinâmica. Enquanto a Custom segue uma receita mais chopper, evidenciada pela roda dianteira de 21 polegadas, pneu mais estreito e garfo alongado. Comercializada apenas na cor preto fosco, a Vulcan Custom foi avaliada em pista fechada.

Em função de sua proposta, o piloto assume uma posição relaxada, “jogado” para trás nessa custom até no batismo. Para garantir o conforto, o guidão drag-bar elevado, que não apenas garante a beleza do conjunto, mas mostrou-se bastante confortável em conjunto com as pedaleiras avançadas. Ou seja, além de agradar-me mais visualmente, a VN 900 Custom é prazerosa de se pilotar.

Afinal, o que seria de uma custom se não fosse confortável para viajar? Pois a proposta estradeira dessa Kawasaki VN 900 Classic é reforçada ainda pelo seu generoso tanque de 20 litros de capacidade, um dos maiores do segmento – na Yamaha Midnight Star XVS 950 são 17 litros e na Honda Shadow 750, apenas 14,4.

Estilo

Toda pintada em preto fosco e com duas faixas longitudinais prateadas, a Vulcan VN 900 Custom é antes de tudo uma motocicleta bonita. Assim como outras do segmento tem aquele visual “bad boy” que tanto atrai os motociclistas.

As rodas são de liga leve – aro 21 na dianteira e 15 na traseira. Com um pneu estreito na frente e o garfo alongado faz bem o estilo chopper. O painel sobre o tanque completa o visual de moto custom. Apesar de completo, com luzes de advertência, velocímetro analógico e até um útil marcador de combustível, a visualização não é tão fácil, já que o motociclista é obrigado a desviar o olhar para ler as informações.

Motor liso e câmbio suave

Como não poderia ser diferente, a Vulcan 900 Custom é equipada com um motor de dois cilindros em “V” inclinados a 55° graus e 903 cm³ de capacidade. Apesar das aletas comuns em motores refrigerados a ar, o V2 da Vulcan tem refrigeração líquida. Com injeção eletrônica, comando simples no cabeçote, e oito válvulas (quatro por cilindro), produz 50 cavalos a 5.700 rpm. Não é um desempenho descomunal, mas razoável para as dimensões do propulsor. O destaque vai para o torque máximo de 8,0 kgf.m a 3.700 giros.

Entretanto, o ponto positivo desse motor é seu funcionamento bastante “liso”, sem muitos ruídos e trancos. Assim como o câmbio de cinco velocidades, que tem uma boa relação de marcha e proporciona engates suaves. A transmissão final segue a receita das Harley-Davidson: correia dentada.

Ciclística

Assim como na motorização, a Kawasaki Vulcan segue o tradicional na parte ciclística. Quadro berço duplo em aço, garfo telescópico, na dianteira, e uma suspensão monochoque, na traseira, para imitar as antigas “rabo-duro”. A diferença é que a Kawa dotou a conjunto de diversas regulagens atrás.

E mesmo sem ter ajustado a suspensão, percebi que nas curvas a sistema garantia que a traseira ficasse sempre colada ao chão sem muitas oscilações. Aqui vale destacar as pedaleiras avançadas e posicionadas um pouco mais altas que o normal, evitando que ralassem no chão a cada curva.

No quesito freios, fica o único senão. Com um disco simples de 300 mm de diâmetro na frente; e outro de 270 mm atrás; ambos com pinças de pistão duplo; em alguns momentos foram um pouco lentos para parar os 278 kg (em ordem de marcha) da VN 900. Um disco duplo ou uma pinça melhor na dianteira talvez resolvesse o problema.

Concorrentes

Cotada a R$ 31.990 (sem frete e seguro), a Kawasaki Vulcan VN 900 Custom é mais cara que sua irmã Classic, vendida a R$ 29.990. E faz jus ao preço mais elevado. Tem acabamento diferenciado e uma posição de pilotagem que considero mais confortável. Detalhe: os modelos da linha já estão sendo montadas no Brasil.

A moto enfrenta de igual para igual também sua “adversária” japonesa da Yamaha, a Midnight Star 950, com preço a partir de R$ 31.265. Mas enquanto a Yamaha aposta no retro moderno e visual mais musculoso, a Vulcan Custom aposta no estilo chopper e no acabamento em preto fosco para disputar a preferência dos motociclistas.

Ficha Técnica
Motor: 4 tempos, 2 cilindros em V, refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 903 cm³
Potência máxima: 50 cv a 5.700 rpm
Torque máximo: 8,0 kgf.m a 3.700 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica
Capacidade do tanque: 20 litros
Câmbio: cinco marchas
Transmissão final: Correia dentada
Suspensão dianteira: Garfo Telescópico convencional
Suspensão traseira: Balança monoamortecida com regulagem na précarga da mola
Freio dianteiro: Disco simples de 300 mm com pinça de dois pistões
Freio traseiro: Disco simples de 270 mm com pinça de dois pistões
Quadro: Berço duplo
Dimensões (C x L x A): 2.405 mm x 1.005 mm x 1.065 mm
Altura do assento: 685 mm
Altura mínima do solo: 140 mm
Entre-eixos: 1.650 mm
Peso seco: 278 kg (em ordem de marcha)
Cores : Preta
Preço público sugerido: R$ 31.990

Confira abaixo uma galeria de imagens da moto. Basta clicar para poder visualizar em um tamanho maior:

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Texto de Arthur Caldeia, publicado originalmente no portal Moto. Fotos: Gustavo Epifanio.
* O piloto usou capacete LS2 FF350 Vegas e macacão Dainese Red Line Prof.

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