Aletp - Alessandro Temperini

A diferença entre os motores monocilíndrico (1 cilindro), bicilíndrico (2 cilindros), tricilíndrico (3 cilindros) e tetracilíndrico (4 cilindros)

1, 2, 3 ou 4 cilindros? Afinal, qual é a diferença entre os motores de motos e qual é o mais indicado para ser usado na cidade, na estrada ou então com característica esportiva?

Muitos não sabem a diferença e acabam comprando uma moto que não se adequa ao seu real uso. Isso é mais comum do que se imagina e faz com que o motociclista novato acabe sentindo-se insatisfeito com a compra.

Mas chega de rodeios e vamos ao que interessa.

Motor Monocilíndrico
Os motores de apenas um pistão foram os primeiros a serem produzidos e equipavam bicicletas, que mais tarde vieram a se tornar motocicletas de fato.

Por terem apenas um pistão, menos peças móveis e menor dimensão, os monociclíndricos custam menos para serem produzidos.

A característica mais marcante deste tipo de propulsor é a capacidade de gerar torque em baixos giros. Essa qualidade faz do monocilíndrico o motor ideal para superar obstáculos e situações em que a força precisa estar presente desde cedo, ou melhor, quando não há espaço para “encher” o motor. O anda-e-pára dos centros urbanos e as imensas ladeiras e obstáculos no off-road são o melhor exemplo disso.

Em contrapartida, além de vibrarem mais, os motores de apenas um cilindro, por começarem a “trabalhar” mais cedo, mostrando sua força logo nos primeiros giros, também encerram o expediente mais cedo. A faixa de giro é bem mais curta que nos motores multicilíndricos, o que os tornam desconfortáveis em longas viagens.

Motor Bicilíndrico
Podendo ter os cilíndros paralelos ou dispostos em V, L ou até em Y, os motores bicilíndricos foram a segunda concepção a aparecer, poucos anos após o surgimento das motocicletas.

A vantagem deste tipo de motor em relação aos outros é ter o torque relativamente cedo e girar bem mais que os motores com um único cilindro. Por ter o máximo de seu torque localizado numa faixa média de giros – justamente a mais utilizada – ele é capaz de oferecer uma boa velocidade de cruzeiro, sem perder rotações em pequenos e médios aclives. Graças a essas características, os bicilíndricos são ideais para viajar (apesar de vibrarem de forma considerável). A prova incontestável disso é a maioria esmagadora de motos custom e big-trail equipadas com motores V2.

Outro propósito a que os motores bicilíndricos têm servido com sucesso são as competições de motovelocidade. A ótima performance, com respostas e retomadas rápidas, tem garantido à Ducati títulos tanto no mundial de Superbike quanto de MotoGP.

Motor Tricilíndrico
Apesar de ser a concepção menos conhecida e utilizada, os motores dotados de três cilindros têm cada vez mais conquistado espaço e fama. Quando optou por desenvolvê-lo e adotá-lo em suas motos, o fabricante inglês Triumph sabia bem o que fazia e qual era o potencial deste propulsor.

Os motores de três cilindros em linha são o que poderiamos chamar de “meio termo” entre os dois e o quatro cilindros. Ele é capaz de girar mais e vibrar menos que um bicilíndrico e, ao mesmo tempo, ser mais compacto e ter o torque disponível bem antes que um motor tetracilíndrico. Dessa maneira, por funcionar bem em médios e altos giros, ele tem uma faixa de utilização bem ampla e uma entrega de potência mais linear, rendendo bem em aceleração, retomada e velocidade.

Por estes motivos, os tricilíndricos são os preferidos por quem busca caráter divertido e também esportivo em uma moto. Do mesmo jeito que podem fazer uma moto empinar com extrema facilidade, também podem levá-la a respeitáveis velocidades.

Motor Tetracilíndrico
Os motores com quatro cilindros geralmente são maiores, mais complexos e também mais caros. Sua principal característica, e qualidade, é o alto desempenho que eles geram.

No entanto, a potência elevada é conseguida apenas em altas rotações, o que torna os quatro cilindros fracos e “preguiçosos” em baixos giros. O fato de acordarem apenas na transição das rotações médias para as altas deixa claro a indisposição deste tipo de motor em rodar no trânsito – principalmente levando garupa – exigindo constantes mudanças de marcha para mantê-los “acessos”.

Dessa maneira, usufruir do verdadeiro potencial que este tipo de motor pode oferecer fica restrito a rodovias, a pistas e, no caso das superesportivas, a autódromos velozes.

Por apresentarem vibração mínima e conseguirem manter altas velocidades médias, as motos de quatro cilindros oferecem outra apreciável qualidade: são ótimas opções para quem gosta de viajar.

Fonte da informação: Revista MotoMax edição 29

5 comentários

  • gostei muito do seu post….
    clareou um pouco minha concepção…mais estou em dúvida….
    no caso a bicilindrica (650r kawasaki) ela acaba sendo boa pra anda na cidade 
    e viajar?
    estou em dúvida entre uma XJ6 e a GSX 650 Hornet e a própria 650r da kawasaki….
    meu uso vai ser alternado pouco cidade e pouco viajens!!!
    gostaria de receber um email sobre sua opnião se for possível claro….

    grato e parabens pelo post….

  • Falando em 3 cilindros, quase inexistentes hoje em dia, lembro das Suzuki GT, dois tempos, dos anos 70. Em dois tempos o motor de 3 cilindros era a perfeição, tenha em vista o motor DKW automotivo… a sequência de explosões se dava em completa harmonia! Pena que eram tão poluentes, e por isso ficaram no tempo.

  • Gostaria de saber mais sobre o funcionamento dos tricicindrico, do tipo manutenção, durabilidade e etc… pois estou de olho na triumph daytona 675 e gostaria de mais informações sobre funcionamento dos motores e da própria moto. obrigado